quinta-feira, 30 de maio de 2013

Intriga, luxúria e beleza: o figurino em The Borgias.


   Em abril de 2013, estreou no exterior a terceira temporada da série The Borgias. Veiculada nos EUA pelo Canal Showtime, a produção teve sua primeira temporada exibida no Brasil em 2011 pelo TCM.   A segunda foi exibida em 2012 pelo TNT - que sofreu muitas críticas por ter veiculado apenas uma versão dublada. Como o nome já diz, a produção baseia-se na história real da família mais famigerada e fascinante do Renascimento italiano. De origem espanhola, a dinastia era liderada por Rodrigo Bórgia - que foi Papa entre 1492 e 1503, com o nome de Alexandre VI. A série explora as facetas mais polêmicas do clã, como a promiscuidade do pontífice, que colecionava amantes e distribuía cargos entre os filhos bastardos. Entre as celebridades da família também está Cesare Bórgia - que foi Cardeal e líder do exército do Vaticano. Foi na figura de Cesare que Maquiavel teria se inspirado para escrever sua obra clássica "O Príncipe" - espécie de corolário do governante inescrupuloso, que deu origem ao termo "maquiavélico". No lado feminino, resplandece a figura de Lucrécia Bórgia, uma das mais belas e perigosas mulheres de seu tempo. Na série a personagem vai da ingenuidade ao incesto ao longo das três temporadas. Alvo de acusações de envenenamento, teve três maridos e muitos amantes. 
   A produção de arte é impecável: cenários, produção de objetos e figurinos são reconstruídos com profundo cuidado e verossimilhança histórica. Os tecidos adamascados, os bordados, o corte dos vestidos femininos abaixo do seio - tudo está lá. Chamam a atenção certos detalhes como as nesgas - aberturas nas mangas do vestido superior, que deixavam ver a camisa de baixo - e os decotes quadrados e profundos sustentados por espartilhos. Também vale destacar as jóias em pérola, nos brincos, colares e redes de cabelo. Os trajes eclesiásticos, por sua vez, revelam o luxo e a extravagância do clero da época. O destaque vai para a púrpura, o veludo e a seda. As roupas masculinas, como calções curtos e meias longas por baixo, surgem acompanhados de gibão, com preferência para as cores escuras.  
The Borgia, enfim, é uma excelente oportunidade para ver o desfile de vilões irresistíveis e belas damas devassas - todos vestidos com a maior elegância.
Mais madura e má na segunda temporada
A bela Lucrécia Bórgia, com ar de inocente na
 primeira temporada.
O decote ousado de Lucrécia e o rico cenário.

Todos de púrpura, menos o bebê.


O charmoso e perigoso César Bórgia.

O clã reunido para um baile de máscaras



O Papa entre as mulheres de sua vida: A amante Giulia Farnese, a filha Lucrécia e a mãe de seus filhos.



O segundo casamento de Lucrécia na Terceira Temporada.

terça-feira, 14 de maio de 2013

A moda de Westeros


     Com a estréia de sua terceira temporada no mês de março, “Game of Thrones” se reafirma  como uma das séries mais cativantes dos últimos tempos. Cada episódio tem, em média, um público de mais de 6 milhões de pessoas. A produção do canal HBO é baseada nos livros da série “A Song of Ice and Fire” de George R. R. Martin (até agora 5 livros foram lançados, e o sexto está previsto para 2014). O desafio dos produtores David Benniof e D. B. Weiss foi encaixar em temporadas de 10 episódios as múltiplas histórias que se entremeiam ao longo dos grossos volumes - cada tomo tem de 600 a 1000 páginas, dependendo das edições. A tarefa, embora espinhosa, foi cumprida com sucesso. Apesar de algumas mudanças no enredo, a produção da HBO captou a essência da saga de Martin: a mistura de um realismo às vezes brutal com um cenário de alta fantasia. Maquiavélicas intrigas políticas se desenrolam em um mundo onde existem dragões e magia - tudo extremamente verossímil e com personagens epigramáticos e convincentes.
     A saga tem início em Westeros, uma terra cujos “verões duram décadas e os invernos, uma vida inteira”. O domínio desse continente é disputados por cinco soberanos, com suas respectivas cortes, exércitos, seguidores e traidores. É uma história calcada na disputa pelo poder - e, como não poderia deixar de ser, a violência é um elemento essencial e quase onipresente. O tratamento realista das disputas políticas e dos apetites humanos dá um ar shakespeariano a esse cenário fantástico que nada tem de pueril. Mas nem tudo é sangue e sexo. A série é extremamente bem escrita, com diálogos memoráveis e personagens que jamais são unidimensionais. 
     O figurino rico e exuberante foi produzido por Michele Clapton, a partir de vários elementos  da Idade Média Européia. Além de Westeros, parte da história se passa no continente oriental de Essos - nessas cenas, o figurino utiliza várias referências de povos não europeus, da África ao Oriente Médio e às estepes asiáticas. As peças utilizam muito o couro de vários tipos, além  de metais. Uma blogueira africana encontrou semelhanças entre o figurino de G.O.T. e a coleção apresentada pela maison francesa Givenchy no inverno de 2012 - o desfile apresenta peças com inspiração na estética do povo cigano. Tire suas próprias conclusões observando as imagens no final do post. 




Givenchy VS. G.O.T
Givanchy VS. G.O.T
Givenchy VS. G.O.T
Givenchy VS. G.O.T
Givenchy VS. G.O.T
Givenchy VS. G.O.T
Givenchy VS. G.O.T
Givenchy VS. G.O.T

Texto: Vitoria Valério com colaboração de Lorenzo Fantunes
Fotos: Miss Moss e reprodução