Os Pré-Rafaelitas
Ophelia de J. W. Waterhouse, 1889.
O movimento pré-rafaelita não foi exatamente (ou não foi apenas) um estilo artístico - mas uma espécie de confraria de artistas de várias origens, principalmente pintores, movidos por uma série de ideais estéticos pouco ortodoxos. A peculiaridade das suas propostas, por sinal, fez com que, durante muito tempo, o grupo não fosse devidamente valorizado na história da arte. Surgido na Inglaterra no século XIX, o movimento pré-rafaelita pretendia resgatar o espírito da arte anterior ao Renascimento. Na opinião desses artistas, todos os problemas da arte teriam iniciado com o italiano Rafael Sanzio (1483 - 1520). Valorizavam a estética do medievo tardio, e seus quadros se inspiravam em poemas e lendas anteriores à época de Rafael - daí o nome do movimento. A Idade Média que interessava aos pré-rafaelitas era, obviamente, bastante romantizada, ao gosto do século XIX. Histórias arturianas estavam entre seus temas favoritos. Apesar desse encantamento pelo passado, o movimento ocorreu no mesmo momento em que muitos artistas se desprendiam de uma arte tradicional, de inspiração clássica, e inauguravam a arte moderna.
A revalorização atual dos Pré-Rafaelitas se faz notar em diferentes áreas. Na arte, eles ganharam uma enorme exposição em Londres, na Tate Britain, que se encerrou em 13 de janeiro de 2013. Nela, destacam-se desde obras de arte até objetos pessoais de representantes desse grupo, considerado de vanguarda pela curadora da exposição. Na moda, alguns ensaios fotográficos tem se inspirado na estética desses artistas, como o de Steven Meisel para a Vogue americana. O blog Las Meninas publicará em breve um editorial de moda com essa temática. Este ano, o movimento chega, também, ao cinema no filme Effie, que tem Dakota Fenning no elenco e retrata a vida do crítico de arte e patrono do movimento John Ruskin (1819 - 1900).
Uma das personagens que ganhou diferentes versões dos pintores pré-rafaelitas foi Ofélia, da tragédia shakespeariana Hamlet. Ofélia tem o azar de se apaixonar pelo personagem-título do drama - um príncipe de mente conturbada, obcecado por vingar a morte de seu pai. O problemático caso de amor acaba levando ofélia à loucura e ao suicídio por afogamento. Abaixo, algumas das pinturas inspiradas em sua história e que serviram de referência ao nosso editorial:
De Arthur Hugues. Uma Ofélia misteriosa posa próxima a uma árvore. (1865)
Texto: Laura Ferrazza de Lima
Entre os movimentos artísticos de que mais gosto. Há também uma série da BBC sobre quatro pintores pre-rafaelitas, Dante, Waterhouse, Millais e mais um que nao me recordo. Chama-se "Desperate Romantics".
ResponderExcluirObrigada pela dica, espero que curta nossa seção de fotos inspirada neles, irá ao ar em breve!
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