quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A roupa do presidente!


No filme “Lincoln”, Steven Spielberg nos apresenta uma versão quase mítica da figura do 16° presidente dos Estados Unidos – interpretado aqui de forma ao mesmo tempo sutil e soberba pelo ator Daniel Day-Lewis. Na forma como retrata o personagem – não apenas nos figurinos e na caracterização, mas até mesmo nas posições da câmara e no enquadramento – o filme faz referências constantes à vasta iconografia que cerca a imagem de Abraham Lincoln. Vale lembrar que o protagonista desse épico intimista viveu no período em que a fotografia começava a se tornar popular. São muitos os retratos fotográficos que cristalizaram o rosto e a figura de Lincoln no imaginário dos norte-americanos (e, em parte, no imaginário de outros países também). E a produção de Spielberg bebe profusamente desse consagrado caudal de imagens.
Dentre os concorrentes deste ano, Lincoln é o filme indicado para o maior número de categorias – entre elas, a de melhor figurino. Quem assina é a britânica Joanna Johnston, que já trabalhou com Spielberg em diversos filmes como “Indiana Jones e a Ultima Cruzada”, “O Resgate do Soldado Ryan” e “Munique”. A figurinista, que nunca levou uma estatueta para casa, é uma das favoritas de 2013.
Joanna Johnston levou a sério a pesquisa para a trama, e seu cuidado é visível na atenção aos detalhes da indumentária da época retratada – a década de 1860 nos Estados Unidos. Ela estudou fotos históricas e pinturas do período, pesquisando vestidos e jóias em lugares como a Biblioteca do Congresso e o Museu de História de Chicago.
Lincoln usa cartolas, ternos e casacas em tons sóbrios e tecidos pesados como ditava a moda masculina daquela década. Já a personagem Mary Todd Lincoln, interpretada por Sally Field, aparece vestida em cores mais vivas, numa boa representação da moda vitoriana, com vestidos pomposos, cheios de babados, rendas e saias amplas. Johnston veste a esposa de Lincoln com maestria, respeitando as minúcias do período. A preocupação em se manter bem perto daquilo que se conhece sobre a época é um dos fatores que fazem da produção uma favorita para o Oscar de Melhor figurino neste ano.






 Texto: Luísa Kuhl Brasil

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